Durante todo o mês, a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Desporto e Lazer realiza o III Planejamento Pedagógico Coletivo com o objetivo de preparar um novo semestre letivo de 2021, que, seguindo as orientações do Ministério da Educação, será marcado pelo retorno dos alunos às salas de aula de forma gradual, escalonada e não-obrigatória, previsto para o dia 23 de agosto. 

Assim, logo no início desta semana, a pasta reuniu todos os professores da rede municipal para, não só reconhecer todo trabalho realizado em mais de um ano de atividades remotas, mas também para, juntos, alinhar as diretrizes e protocolos que vão possibilitar a retomada da educação presencial de forma segura. 

Caminhos da retomada

“A secretaria Municipal de Educação já prepara o retorno desde o início do ano. Já fizemos inúmeras reuniões para que aconteça de forma assertiva para todos”, iniciou a secretária de educação, professora Vonedirce dos Santos, tranquilizando os colegas sobre a decisão conjunta tomada com base em estudos, diálogo com diversos setores da sociedade e, sobretudo, muito respeito à vida e à educação. “Nós pretendemos a retomada de forma presencial com cautela, cumprindo o protocolo de biossegurança que foi avaliado pelo COES”, explicou, “Mas não o retorno a qualquer preço. Que isso fique bem claro”, reforçou.

Neste sentido, Vone acrescentou que o resultado de mais de seis meses de trabalho conjunto incansável foi condensado em um protocolo de biossegurança robusto, preciso e assertivo, capaz de orientar os educadores para cada situação que possa ocorrer no novo cenário configurado como um novo normal. “Nós precisamos, enquanto profissionais da educação, de um planejamento seguro, didático, para que a gente possa ir avançando passo a passo. É essencial que as escolas e funcionários possam estar seguindo a mesma cartilha”, finalizou.

Com isso, a secretaria mostra que preparou, pensou, planejou, cada detalhe para que este novo semestre seja de acolhimento, retomada e resgate da aprendizagem, conforme explicou a coordenadora da UADP, Mírian de Paula, “a recuperação da aprendizagem deve ser uma política continuada. Nós tivemos alguns percalços, algumas perdas, mas em nenhum momento podemos pensar que isso é irreparável”.

Biossegurança nas escolas

Assim, se antes a palavra biossegurança era utilizada majoritariamente por profissionais de saúde, nos últimos meses, o termo se tornou também parte do vocabulário cotidiano dos educadores. Por isso, a superintendente de educação, professora Delvânia Silva, orientou a rede a se debruçar sobre os termos do Protocolo de Biossegurança para o Retorno das Aulas Presenciais: “esse protocolo é uma segurança para o educador para saber o que fazer em cada possível situação dentro das escolas”. 

O documento de quase 50 páginas prescreve ações a serem realizadas desde a limpeza das unidades de ensino, às diretrizes pedagógicas para este novo momento. A superintendente explicou que “o plano foi realizado de acordo com a realidade de cada unidade: CMEIs, escolas pólos rurais e escolas urbanas”, ou seja, pensando nas especificidades de cada turma, alunos e famílias. Além disso, a pasta preparou também um modelo de plano de ação que descreve questões ainda mais específicas do cotidiano e deverá ser adaptado pelas UEs e apresentado à SME.

Assim, o protocolo infere que o retorno será gradual por etapas e modalidades de ensino, priorizando os alunos com maior faixa etária. No primeiro ciclo, serão acolhidos os estudantes até o 9º ano do Ensino Fundamental, já no dia 23 de agosto. O segundo ciclo começa no dia 08 de setembro com demais grupos. Além disso, visando reduzir a quantidade de estudantes em sala de aula e garantir o distanciamento, a retomada será também escalonada com turmas divididas em dois blocos se revezando semanalmente. Já nos CMEIs, o rodízio será diário, feito por turnos, matutino e vespertino.

Saúde Mental em pauta

Outra mudança implementada será o projeto Saúde Mental na Escola. A iniciativa vai prestar assistência psicológica a estudantes, professores e famílias, ajudando-os a lidar melhor com os desgastes psíquicos causados pelo contexto pandêmico vigente há mais de um ano.

Neste sentido, a psicóloga Izildinha Souza explicou que, sobretudo neste momento, o acolhimento psicológico é fundamental para a retomada. “Com o retorno das aulas presenciais, as escolas estão se preparando para receber alunos que vêm diferentes. Este não é como um retorno de férias”, disse reforçando o estresse psíquico enfrentado pelas famílias, e ressaltou que “as experiências de luto, as perdas vividas, devem ser tratadas de forma especial”.

Sendo assim, a equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, profissionais da saúde e assistente social, preparou um cronograma para atender a todas as unidades de ensino e, paralelamente, ainda desenvolver projetos e ações para promover o bem-estar psíquico da comunidade escolar. “A melhor forma de acolher os pequenos é ajudar a lidar com os próprios sentimentos através de momentos de conversa e escuta individual e coletiva. Não minimizar os sentimentos. Isso trará mais segurança”, finalizou a psicóloga.

Assim, nas palavras da vice-prefeita Nicolina, que abriu o evento, “se depender da SME, da gestão, nós só vamos ir onde for realmente o desembarque certo. Vamos estar todos juntos, de portas abertas. Vai ser um retorno onde o amor e a certeza vão crescer cada vez mais”.

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