Cidade será uma das primeiras de Goiás a receber projeto pioneiro, que vai oferecer ensino técnico gratuito com foco no agronegócio a estudantes do Ensino Médio de áreas rurais

Nesta semana, Quirinópolis recebeu a visita da gerente de cooperação municipal da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC), Fátima Costa, e da gerente de educação do campo, indígena e quilombola, também da Seduc, Valéria Cavalcante, em pauta estava a implantação de um agrocolégio em Quirinópolis. O município será um dos primeiros de Goiás a receber o projeto, referência para todo Brasil, cuja proposta é garantir o acesso dos jovens do meio rural a cursos técnicos profissionalizantes de alto nível.

O prefeito Anderson de Paula e a vice Nicolina acompanharam a comitiva em dois dias de visitas técnicas e muitas discussões para viabilizar a implantação já em 2022. Participaram das reuniões, a secretária municipal de educação, professora Vone, a superintendente municipal de Educação, professora Delvania Silva, o secretário municipal de agricultura, Guilherme Franco, a superintendente de agricultura, Ana Flávia de Souza, e a coordenadora regional de educação, Nahra Chaves.

Educação no campo e para o campo

Com uma proposta de ensino diferenciada e inovadora, a ideia é que agrocolégio receba estudantes de regiões rurais em idade de Ensino Médio, ou seja, dos 13 a 18 anos. Além das matérias da matriz curricular, os jovens serão profissionalizados com aulas práticas e imersivas com diversos laboratórios para o aprendizado de técnicas primárias, como cultivo e preparo do solo, inseminação e criação de animais e também metodologias mais avançadas de produção no campo. Essa, será a base do curso técnico em agronegócio.

Mas não é apenas esse eixo que espera-se ser executado no município. Como a região é um pólo de produção sucroalcooleira, Estado e Prefeitura analisam também a criação do curso técnico em açúcar e álcool. “Essa iniciativa seria pioneira no Estado”, ressaltou Fátima. “É um projeto muito grandioso, que vai dar visibilidade a Quirinópolis. Nós temos a vontade do prefeito, a vontade do governador. Então, nós podemos trabalhar pensando nesses dois cursos técnicos”, completou.

Neste sentido, principal responsável por trazer o projeto para o município, o prefeito destacou a magnitude da iniciativa. “Nós vamos fazer uma coisa a nível Brasil. Eu quero algo macro”, destacou reforçando o empenho da gestão para garantir a qualidade do ensino em todos os aspectos, sejam práticos, pedagógicos e estruturais, enfim, tudo para receber os estudantes do Brasil inteiro que virão viver uma das fases mais importantes e decisivas das suas vidas em Quirinópolis.

Estado e Município debatem juntos instalação de um agrocolégio em Quirinópolis

Pedagogia da alternância e estrutura para receber os estudantes

Isso porque, tendo como foco os jovens de regiões rurais, o modelo do agrocolégio funciona como um internato, pautado em um modelo de ensino reconhecido pelo MEC chamado Pedagogia da Alternância. Pensado para diminuir a evasão escolar com estudantes que vivem no campo, a proposta é mesclar períodos em regime de internato na escola com outros em casa.

Por isso, a preocupação com a sede do agrocolégio é um fator primordial que levou a comitiva pela educação em visitas técnicas a espaços que conseguiriam abrigar toda a dimensão do projeto. Isso porque, como explicou Valéria, além das áreas de alojamento para acolher os estudantes com conforto e segurança, o campus deve conter áreas para diversos laboratórios, como de informática, química, solos, sementes, dentre outros, além de biblioteca, campos para prática esportiva, piquetes para plantação e criação de animais, enfim, uma série de exigências de fundamental importância. “Hoje, nós trabalhamos com áreas de, no mínimo, 5 hectares”, reforçou a gerente.

No momento, uma série de possíveis espaços em Quirinópolis estão sendo analisados e considerados pela prefeitura, para atender às demandas do projeto. Neste sentido, uma tendência da gestão municipal é ressignificar espaços já existentes, dando continuidade a obras paradas na região.

Construindo o futuro

Mas não foi apenas para a análise do espaço físico que o time de especialistas e gestores se reuniu. A composição do corpo docente será um grande diferencial do agrocolégio. “Nós temos que pensar profissionais específicos e diferenciados, professores e equipes gestoras que pensam e entendem a pedagogia da alternância e educação no campo. Nós vamos trabalhar com o melhor possível”, garantiu Valéria.

Tudo isso porque, tanto prefeitura quanto estado entendem tudo que essa iniciativa significa e espera que, em breve, toda a população possa também compreender ao vivenciar seus impactos na prática. “Imagina o adolescente voltar à sua comunidade pronto, capacitado e gerar novos empregos na sua região”, exclamou a vice-prefeita Nicolina. “Imagina esses meninos de volta ao seio familiar e já trabalhando. Nós vamos capacitar profissionais para atender desde a agricultura familiar até grandes agricultores com excelência”, finalizou Valéria.

“Nós temos que pensar profissionais específicos e diferenciados, professores e equipes gestoras que pensam e entendem a pedagogia da alternância e educação no campo. Nós vamos trabalhar com o melhor possível”, explicou a gerente de educação do campo, indígena e quilombola, também da Seduc, Valéria Cavalcante
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