Um por todos e todos pela educação

Aconteceu no último sábado (27/02) o I Planejamento Pedagógico Coletivo da rede municipal de ensino de Quirinópolis. Por meio de videoconferência – devido ao atual cenário pandêmico – diretores, professores, monitores e técnicos administrativos  que atuam nas instituições de educação estiveram juntos, mesmo que separados, com único objetivo de pensar os próximos passos da educação municipal por meio ações e medidas que promovam um ensino de qualidade para todos os estudantes, sobretudo diante dos desafios impostos pelo novo coronavírus. 

Neste sentido, a reorganização do currículo pedagógico, tanto da educação infantil, quanto do ensino fundamental, melhorias no Regime de Estudos Não Presenciais (REANP), bem como o retorno das atividades presenciais no momento oportuno, foram algumas das pautas do encontro. 

Assim, a Secretária Municipal de Educação, Vonedirce Maria Santos, ressaltou que “planejar é pensar, questionar, dialogar, propositar ações em busca de objetivos comuns”. E completou “por isso, nós fizemos questão de estar aqui hoje ouvindo vocês, o que é o mais importante para nós, para que vocês também comecem a ouvir os seus pares – seus professores, os pais ou responsáveis. Isso é planejar de forma contínua, planejar de modo assertivo”.

Por uma educação plena mesmo em meio às adversidades

Após um momento de conexão e espiritualidade ministrado pelo pastor Célio Carlos Martins, a Coordenadora Pedagógica, Mirian Maria de Paula iniciou as atividades dizendo aos educadores que “nós sabemos das nossas dificuldades, dos nossos enfrentamentos, mas sabemos também da nossa coragem”. Deste modo, o que precisa ser feio é traçar caminhos a serem trilhados com bravura. Posto isto, Mírian explicou que todo o plano pedagógico adotado pelo município é baseado nas Diretrizes Curriculares para Goiás (DC-GO Ampliado) e descrito no Projeto Político Pedagógico (PPP). 

Um ponto de atenção trazido pela coordenadora, foi a avaliação dos alunos no período de REANP. Neste sentido, Mírian chama a presença e responsabilidade da família como aspecto fundamental neste processo, sobretudo na Educação Infantil. “Os pais participarão desta devolutiva”, explica. “Como está sendo o desenvolvimento do seu filho? Como ele está sendo observado em casa?”, questiona em seguida. “A família é essencial e deve ser instruída para essa participação”, finaliza a coordenadora.

Além disso, a permanência dos alunos na escola foi trazida como ponto urgente de ação. A busca ativa pelas famílias e o mapeamento das situações que possam ocasionar evasão escolar ou não participação ativa dos estudantes nas atividades não-presenciais, são aspectos que as escolas devem observar buscando soluções proativas.

 

Planejar um retorno às atividades presenciais

Outro ponto discutido durante a transmissão foi o retorno às atividades presenciais. Neste sentido, Vone foi categórica ao dizer que “o retorno das aulas presenciais deve acontecer, mas ‘quando’ não colocamos. O cenário atual é de recuo e nos leva a pensar em nós em nossas vidas. Pensamos, sim, no retorno, mas não temos condições de marcar uma data neste atual cenário”. 

Ao mesmo tempo, a secretária explica que a ausência de data para um retorno não anula a necessidade de planejar este momento. Pensando assim, “a pergunta não seria ‘quando voltar’, mas ‘como voltar’. Pois, quando for a hora, nós já estaremos preparados”, pontua. Deste modo, Vone tranquilizou os educadores mais preocupados com a possibilidade de receber novamente os alunos nas escolas, mas não isentou os gestores, profissionais da educação, do dever de construir ou viabilizar este momento de maneira responsável e segura a todos. 

Afinal, os efeitos de um ano das crianças e adolescentes fora do ambiente escolar no desenvolvimento pedagógico, precisam ser considerados. Como explica Mírian: “para o fazer pedagógico, nós precisamos da aproximação à família da escola e aos alunos. O fazer pedagógico acontece a partir dessa relação”. Entretanto, reforça que qualquer planejamento para um retorno será feito de forma muito cautelosa, retroativa, envolvendo órgãos que possam ajudar a tornar este momento oportuno.

Dito isso, para iniciar este planejamento, Vone falou sobre os processos e protocolos que deverão ser seguidos para receber os estudantes novamente. O mesmo tópico foi reforçado pela professora e superintendente de educação Delvania Silva. Dentre eles, estão a higienização pessoal, a estruturação de um processo comunicacional eficiente para garantir que alunos e servidores estejam conscientes do momento e medidas sanitárias, a sanitização dos ambientes escolares, bem como ações de monitoramento que proporcionem o rastreamento de possíveis casos de contaminação. 

Neste mesmo sentido, a especialista Mirlyen Genesis explicou também todos os aparatos legais que irão permear as ações tomadas para um futuro retorno às atividades presenciais, mostrando que nenhuma iniciativa será realizada sem o devido respaldo de órgãos competentes que prezam, sobretudo, pela segurança das famílias dos alunos e servidores.

Por fim, a secretária reforça aos educadores que transmitam aos pais e responsáveis a mensagem de que “fiquem tranquilos, pois nós só vamos voltar quando tivermos a certeza de ser o dia certo”.


Novas perspectivas

“Independente da tempestade que estamos vivendo, a gente precisa olhar para o futuro de forma otimista”. Preocupada com a integridade dos servidores, a superintendente de educação Delvania Silva explica a importância de se manter firme e perseverante até mesmo pelo bem da saúde não só mental, mas também física dos educadores. 

Em sua fala, Delvania também apresentou diversos pontos de vista aos educadores no tocante ao cenário educacional em tempos de pandemia. Além de estimular os participantes a pensarem “diante do que estamos vivendo, qual é o nosso compromisso social com a educação?”

Assim, a professora coloca duas perspectivas sobre o retorno às atividades presenciais. Primeiramente, ela mostra o resultado de questionários aplicados com pais e responsáveis dos alunos dos CMEIs, nos quais 63,9% se mostraram dispostos a levar seus filhos para a escola no próximo bimestre. Por este olhar ela explica que, “como gestores, precisamos nos colocar no lugar de todo mundo que está nesse processo. Eu preciso me colocar no lugar destes pais, das perdas que estes alunos estão tendo”, expressando assim uma realidade escancarada pela pandemia que vai mais além da doença em si, mas envolve um contexto social e psicológico dos pais, responsáveis e dos próprios alunos.

Por outro lado, a superintendente trouxe também dados do boletim epidemiológico no município e um mapa de contaminação no estado que ajudam a perceber que, apesar da perspectiva colocada pelos pais e da leitura mais ampla sobre os impactos sociais da pandemia, os quais estão sendo observados e trabalhados num contexto educacional, este ainda não é o momento de voltar. Entretanto, Delvania retoma o papel social da escola ao dizer que, sendo os professores autoridades formadoras de opinião, é dever da educação falar diariamente sobre prevenção e instruir as famílias da maneira certa para que, aos poucos, este cenário seja mudado.

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